DO ANTIGO COMPLEXO DE
PRISÕES A ESPAÇO DE LAZER
Na avenida Cruzeiro do Sul, número 2630, no bairro de Santana, está
localizado o Parque da Juventude, um parque que foi inaugurado no ano de
2003 onde antes era localizado o complexo do Carandiru, que já foi
considerado um dos maiores complexos presidiários da América Latina, e palco de um dos episódios mais tristes da história de São Paulo; o massacre do Carandiru.
Hoje, 26 anos após o massacre e 16 após a desativação do complexo, o local se tornou uma grande área verde, e conta com rotas de caminhada, duas
quadras poliesportivas, pista de skate e onde funcionam também a biblioteca
de São Paulo, e as Etecs Parque da Juventude e das Artes. Com objetivo de analisar as formas de representação social da cidade de São Paulo e seus bairros, por meio das narrativas de vida de moradores, resgatamos memórias coletando depoimentos de alguns voluntários. Confira a seguir !
Esmeralda Serpa, professora do curso de Gestão de Turismo na Fatec de São Paulo, nos conta que apesar de não ter morado tão próxima a região do parque, frequentou por muito tempo o centro de Santana. A professora teve a oportunidade de visitar a penitenciária quando adolescente, tendo acesso ao prédio de administração. Conta que não possui boas lembranças dessa experiência, e que por isso fica muito feliz que hoje o espaço seja destinado a escolas, bibliotecas, podendo reescrever a antiga história de violência e desumanidade que eram encontradas no antigo presídio.
Gabriela Caroline, moradora de Santana desde a infância, conta sobre sua experiência de observar a antiga penitenciária quando criança sem entender direito os significados do que estava acontecendo no local. Conta que quando cresceu e pode enfim entender o peso de todos os acontecimentos e histórias da prisão, passou a relacionar sentimentos de tristeza e medo as lembranças que tinha das imagens do Carandiru que via muitas vezes da janela do trem quando ia para a escola todos os dias.
Valéria Bettanim, médica veterinária, moradora de Araraquara-SP, nos conta sua infância e adolescência no bairro de Santana, no qual descreve os constrangimentos que passava quando transitava em frente ao presídio. Conta a história que conheceu sobre o Massacre no Carandiru, e ressalta também outros pontos do bairro, que por sua vez eram locais muito frequentados e que estão abertos até os dias de hoje.
Para conhecer um pouco melhor a história do espaço do parque, conversamos com Nádia Lima (24 anos), aluna da Etec Parque da Juventude do curso de museologia, estagiária no Espaço Memória Carandiru. Espaço criado por estudantes e professores do curso de Museologia, que fica dentro da Etec PJ, para preservar a história dos prédios e do parque. Nádia é moradora do bairro de Santana na Zona Norte.
MUSEU DE CÉU ABERTO
O museu de Arte Urbana a Céu Aberto se trata de 33 painéis de diversos artistas do movimento da arte urbana de São Paulo, pintados sobre as pilastras das estações do metrô da linha Azul, entre as estações Tietê e Carandiru, na avenida Cruzeiro do Sul, avenida onde se localiza o Parque da Juventude. A artista Karen Fidelis, que é conhecida como Kueia, também contribuiu com seu depoimento nos trazendo algumas histórias. Karen nasceu e cresceu em São Paulo, onde se apaixonou pelo grafite. Hoje mora na região litorânea de São Paulo.